O surto de febre amarela silvestre em Minas continua a desafiar as autoridades, preocupar a população e engrossar as filas de vacinação na capital e no interior. Os dados divulgados nesta sexta-feira (03) no boletim epidemiológico da Secretaria de Estado de Saúde (SES) mostram que o número de casos notificados segue aumentando, embora não na mesma intensidade dos meses de janeiro e fevereiro.
O documento revela ainda que o número de mortos (99) quase dobrou no período de um mês (eram 55), e, o mais grave, do total de mortes investigadas (105), apenas seis casos foram descartados, mostrando o alto grau de letalidade da doença.
Segundo o boletim da SES, o total de casos notificados de febre amarela no estado já chega a 1.063, com a confirmação de 260. Os técnicos informam que são 15 novas notificações em relação ao documento da semana anterior, que tinha 1.048 casos.
Até o momento, a doença já teve casos em 88 municípios mineiros, com confirmação em 46. Em relação ao último boletim, que apresentava 87 localidades, o município de Novo Oriente de Minas, no Vale do Mucuri, a 520 quilômetros de Belo Horizonte, aparece como novidade na lista. Ladainha, também no Vale do Mucuri, segue como município com maior número de mortes notificadas: são 21, com 14 confirmadas.
Com os atuais números, fica mais evidente que se trata do pior surto da doença na história do país já registrado pelo Ministério da Saúde. E os dados podem ser ainda maiores, porque o índice de confirmação dos óbitos da doença é muito alto. De acordo com as informações da SES, foram 105 casos examinados até o momento, com 99 confirmados. Esse número representa uma taxa de 94,2% do total de casos examinados. Mantido esse percentual nas mortes que ainda precisam ser apuradas, é possível que Minas chegue a cerca de 170 óbitos pela doença.
Imunização
É extremamente importante que aqueles que ainda não vacinaram continuem a procurar os postos de saúde para se imunizar. A vacina contra a febre amarela faz parte do calendário regular e está disponível em toda a rede pública.
Macacos morreram com a doença em nossa região
Um dos indícios que servem de alerta em surtos como este é a morte de primatas, que geralmente precede casos em humanos.
Alguns primatas que apareceram mortos na região tiveram confirmação clínica de que a causa foi febre amarela, os registros ocorreram em Conselheiro Lafaiete, Ewbank da Câmara e Lavras. Há ainda casos suspeitos, não confirmados, em Cristiano Otoni e Ouro Branco.
Publicado em 06/03/2017 às 10:49
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